segunda-feira, 21 de junho de 2010

Relembrando a primeira paralisação dos rodoviários antes da greve





A paralisação relâmpago dos rodoviários, que aconteceu na manhã de quinta-feira (10/06), prejudicou bastante a população brasiliense que depende do transporte público. Por causa da greve, muitas pessoas chegaram atrasada a seus compromissos ou tiveram que optar por outro meios de condução.

Foi o caso da vendedora Jaciara Gomes, de 23 anos. Ela mora no Paranoá e depende do transporte público para chegar até a farmácia onde trabalha na Asa Sul. "Cheguei às 6h da manhã na parada e até as 8h não tinha passado nenhum ônibus. Fui pega de surpresa. Então, passou uma lotação e eu tive que pegar. Era o único jeito de chegar ao serviço. Ainda assim, só consegui chegar às 9h" explica. Ela diz que ainda não sabe o que vai fazer para conseguir chegar até o trabalho quando a greve começar oficialmente, na segunda-feira (14/06). "Nem sei o que posso fazer", lamenta.

Quem optou pelo Metrô também não teve muita facilidade. De acordo com Lenio Pacheco, funcionário da Estação Terminal Feira, o movimento foi maior hoje pela manhã. "Por volta das 8h tinha bastante gente. No terminal de Ceilândia, muitos não conseguiram entrar por causa da superlotação", explica.

O dono de um açougue no Guará I, Emir Fagundes, 57, mora no Núcleo Bandeirante e acabou virando a segunda opção dos colegas. "Estava vindo para o trabalho quando vi três amigos esperando ônibus na parada. Eles me acenaram e como depedem do transporte para ir ao serviço, me ofereci para levâ-los até o Setor de Oficinas", explica. Ele disse ainda que um pouco mais adiante, na altura do Ceasa, no Setor de Abastecimento Sul, dois outros amigos pediram carona. "Vinha passando e eles me reconheceram. Novamente, parei para ajudar", diz.

Sem opção
Marcos Alcélio Rodrigues Marques, 27, não tinha como pegar um carona ou ir de carro, e teve que esperar o transporte chegar. "Cheguei na parada às 5h30 e não sabia dessa paralisação. A parada estava lotada. Só consegui pegar o ônibus às 9h", afirma. Marcos trabalha como salgadeiro em uma panificadora localizada no Guará. "Sou eu que faço os salgados e hoje vai atrasar. Não gosto de chegar depois do horário no serviço. Na segunda-feira nem sei o que vou fazer, vou ter que conversar com meu chefe", fala, chateado.

Jaqueline Alves Barbosa, 29, também está entre as pessoas que ainda não sabe o que fará quando começar a greve. Ela é moradora do Itapoã e depende do transporte para chegar até seu trabalho na Asa Sul. Segundo Jaqueline, antes de sair para pegar o ônibus ela viu as notícias na televisão e seu marido também já a havia avisado porque não conseguiu transporte para ir até o serviço na Esplanada dos Ministérios. "Ele voltou para casa porque desistiu. Mas eu tinha que tentar ir. Fui para a parada às 8h30 e a expectativa era é de que às 9h já tivesse ônibus. Mas só consegui pegar perto das 10h", explica. Seguno ela, o coletivo estava tão lotado que houve até briga. "O pessoal estava brigando tanto para entrar quanto para sair. Eu nem conseguia enxergar o motorista", comenta.

Na faculdade Unicesp, no Guará, tanto funcionários como estudantes foram prejudicados. De acordo com uma das secretárias Walda Kelly Indalecia, 32, três áreas da isntituição estão fechadas porque os servidores ainda não chegaram. "O atendimento interno, a área da comunicação social e o atendimento ao aluno não estão funcionando. Não tem ninguém para atender. Todo mundo que trabalha nessas áreas vem de ônibus", explica.

Os estudantes Leonardo Passos e Nayara Young, ambos de 23 anos, chegaram mais tarde na aula hoje. Leonardo conseguiu pegar o ônibus só por volta das 8h. Ele é morador de Taguatinga Norte e está acostumado a chegar à faculdade esse horário. "Quase desisti. Mas de última hora apareceu um ônibus e consegui vir", explica.

Já Nayara mora no Núcleo Bandeirante e tinha até combinado com o professor que chegaria mais cedo, mas foi pega de surpresa. "A parada estava lotada e não passava ônibus. Tive que ligar pro meu professor", explica. Mas não será apenas nas aulas que Nayara será prejudicada, ela depende do transporte para ir até o estágio. "No estágio eles falaram que iam providenciar um transporte, mas na segunda-feira. Ninguém esperava isso hoje", afirma. A estudante diz entender o lado dos rodoviários. "Mas acaba não sendo a melhor solução e nem a forma mais correta porque prejudica todo mundo", explica.

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