terça-feira, 24 de agosto de 2010

Motociclista morre em acidente na BR-020

Um motociclista de 23 anos morreu na manhã de segunda-feira (23/8) depois de se chocar com um Ford/Fiesta de cor branca no quilômetro 14 da BR-020, no sentido Planaltina, próximo a um retorno. O jovem era morador de Ceilândia Sul e deixou uma filha de três anos para criar. Além dele, três pessoas que estavam no Fiesta ficaram feridas e chegaram a ser encaminhadas ao Hospital Regional de Planaltina. O corpo da vítima ficou cerca de cinco horas exposta até ser retirado pelo Instituto de Medicina Legal (IML).

O condutor da moto, Geison Pereira da Silva, que era técnico eletrônico, estava de serviço em sua moto, uma Honda CG 150, placa JJF 2493 DF, e transitava na pista da direita da BR-020. De acordo com a perícia preliminar da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motociclista teria tentando mudar de faixa, quando colidiu com o Ford/Fiesta, placa JGP 9304, conduzido por Elson da Silva Fernandes, 21 anos, que seguia pela faixa da esquerda. Elson estava indo para Planaltina de Goiás, onde mora com a família.

O motociclista não resistiu a colisão e morreu no local antes mesmo da chegada do Corpo de Bombeiros, que foram informados do incidente por volta das 10h. Com a força da batida, o capacete, os sapatos e o baú da moto foram arremessados para lados opostos a mais de 30 metros do local de onde estava o veículo. A polícia trabalha com a possibilidade de que o capacete estivesse folgado. No carro, além dos danos materiais, resquícios do acidente, como tufos de cabelo e de sangue do motociclista.

Outras três pessoas também ficaram feridas. O motorista Elson da Silva quebrou a mão direita, sua esposa Suelen Felix Bezerra teve escoriações leves e a filha do casal de seis meses teve cortes no rosto, por conta dos pedaços de vidros que voaram na direção da criança. Por estarem no banco de trás, Suelen e a criança ficaram apenas levemente feridas. Mesmo assim, todos foram encaminhados ao Hospital Regional de Planaltina, mas passam bem.

Após a perícia preliminar da PRF, por volta das 13h30, os peritos da Polícia Civil do Distrito Federal chegaram até o local. Abordados pela equipe de reportagem do Correio, os peritos informaram que não poderiam divulgar informações antes dos exames finais. O caso será apurado pela 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho). O condutor que ficou bastante abalado também não quis se falar sobre o acidente. A mãe do jovem, Kátia Moreiro da Silva Fernandes, afirmou também não saber como teria acontecido a colisão. "Minha nora me ligou contando do fato. Só Deus sabe a causa. Ninguém pode dizer qual dos veículos estavam errados", afirma Kátia.

Os familiares de Geison chegaram ao local às 15h, no mesmo horário que o Instituto de Medicina Legal retirou o corpo do jovem. O padrasto Carlos José Sales e a irmã Patrícia Pereira da Silva chegaram bastante abalados. Carlos Sales afirmou que tinha Geison como um filho. "Eu não era o pai biológico, mas tinha esse menino como meu filho. Ele trabalhava comigo e estava a serviço no momento do acidente", disse entre prantos o padrasto.

Movimentação
Com a demora da chegada dos peritos da Polícia Civil e do IML para recolher o corpo, muitos populares pararam próximo ao local do acidente. Foi o caso do motoboy Arnon Júnior de 20 anos. Ele afirmou ter parado para ver se era alguém conhecido. "A gente fica preocupado achando que é algum amigo", explica. Segundo Arnon, esse tipo incidente acontece todos os dias. "Infelizmente todo dia tem acidente com moto aqui na BR-020", afirma.

Além dos populares que paravam no local, muitos carros também transitavam com lentidão, o que causou trânsito e até algumas complicações. Diversos carros precisavam frear e quase bateram por esse motivo. O trânsito ficou interrompido na faixa da esquerda, no sentido Planaltina, até por volta das 15h.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

DF tem o maior número do país de denúncias de violência doméstica contra mulheres






Publicação em 04/08/2010 no Correio Braziliense


O Distrito Federal registrou, entre janeiro e julho deste ano, o maior número do Brasil em denúncias de violência doméstica contra mulheres em relação à população feminina. Segundo os dados divulgados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), a cada 50 mil mulheres na capital, 267 queixas foram registradas.

Em todo o país, foram registrados mais de 343 mil ligações para a Central de Atendimento à Mulher, no telefone 180. Destas, mais de 7 mil ligações foram feitas do Distrito Federal. Para a secretária nacional de enfrentamento à violência doméstica contra a mulher, Aparecida Gonçalves, o número cresceu porque as mulheres têm mais acesso a informação. "O fato é que os meios de comunicação têm exercido um papel importante sobre a divulgação da Lei Maria da Penha, o que faz com que as mulheres busquem ajuda. O outro é que fizemos uma campanha nacional que chegou a todos os lugares do país", explica.

De todas as ligações do DF, 1.333 eram para denunciar violência doméstica. A maior parte deste número era referente à violência física: 707. Em segundo lugar, com 393 ocorrências, vem a violência psicológica. Aparecida Gonçalves explica que, neste tipo de agressão, estão ameaças de espacamento e xingamentos ligados diretamente à auto estima da mulher. Na pesquisa foram assinaladas as violências moral, patrimonial e sexual, com 199, 12 e 8 denúncias, respectivamente.

De acordo com os dados da SPM, mais de 200 mulheres foram ameaçadas este ano e três quase foram mortas no Distrito Federal por violência doméstica. A pesquisa também conseguiu informar o perfil das mulheres que sofrem esse tipo de violência. Segundo a secretária nacional de enfrentamento à violência doméstica contra a mulher, as características foram levantadas de acordo com as informações fornecidas à Central de Atendimento por mulheres que denunciaram agressões. "Elas ligam, relatam os problemas, e nós perguntamos se elas querem dar mais detalhes, porque são eles que dão a visão da gravidade do caso e qual encaminhamento deve ser dado", afirma.

Perfil
A pesquisa mostra que, no DF, entre mulheres pesquisadas, mais de 3 mil têm entre 25 e 49 anos. Além disso, os dados apontam que 665 das vítimas eram esposas do agressor, e 200 delas eram ex-namoradas ou ex-esposas.

Outro dado da pesquisa mostra que, em 652 dos casos, a agressão acontece diariamente. De acordo com Aparecida Gonçalves, o número é altíssimo. "Temos que pensar que há muitas mulheres não nos relatam e que os casos não chegam até a delegacia. O que mostra que esse número é ainda maior", explica.

Denúncia
Para fazer denúncias ou dar informações, qualquer pessoa pode ligar no número 180. As chamadas são gratuitas. "Peço para que as mulheres busquem ajuda. É super importante que elas não passem por isso sozinhas", explica Aparecida Gonçalves.