segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O primeiro passo de um longo caminho, talvez sem pizzas






Nessa última semana, o noticiário nos bombardeou com as repercussões do escândalo do suposto mensalão brasiliense. Foi decretada a prisão do governador José Roberto Arruda (Sem partido) e ainda, na mesma semana, o ministro Marco Aurélio Mello negou o pedido de habeas corpus da defesa do parlamentar.

Grandes discussões a parte, mas não há como não comentar um assunto que, sem dúvidas, é um fato histórico ao nosso país. Não lembro de alguma vez uma político ter o seu habeas corpus negado e ter que passar o Carnaval em cárcere.

Concordo quando algumas pessoas dizem que a corda só estorou porque Arruda perdeu o apoio do partido e também porque não conta com um colegiado gigante, como foi o caso daquele outro mensalão, em que políticos renomados e influentes foram citados como participantes.

Otimismo ou não, acho que é o fato histórico que deve ser lembrado. Não tem como comparar a manifestação dos jovens como algo que aconteceu anos atrás no "Diretas Já!", mas o movimento "Fora Arruda e toda máfia" traz um momento histórico, pelo menos para a capital do Brasil. Quem não é daqui pode não entender, mas os jovens nascidos ou erradicados em Brasília sabem do preconceito e das brincadeiras que são obrigados a escutar por causa da cidade, que é vista como cidade dos políticos, leia-se pelas entrelinhas das falas: "corruptos". Acho que para Brasília esse movimento surgir aqui e de um fato com repercussão nacional é um primeiro passo para um caminho que ainda é muito longo. A prisão de Arruda e o pedido de habeas corpus negado é um sentimento otimista de que nem sempre tudo vai terminar em pizza.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Na poltrona no dia de domingo


Diariamente, os veículos de comunicação nos enchem de tragédias, violência, corrupção e tantos outros fatos ruins. Não condeno isso, acho que os acontecimentos devem ser mostrados sim. Para nos fazer refletir, mudar e aprender de alguma forma. Mas acredito que essa exposição acaba transformando várias coisas em normalidade e, nesse ponto que as coisas ainda precisam mudar.


Não tem muito tempo comecei a conviver com crimes, tragédias, violência e acidentes. Todos os dias escrevo sobre isso, mais do que isso, pesquiso sobre isso. Procuro isso, é o meu material de trabalho.


Aos poucos, você percebe que vai perdendo a sensibilidade. Um furto ou acidente sem vítimas graves não interessa para os jornais. Isso não entra, é considerado muito comum. E por acaso nós deveríamos achar isso comum?


Infelizmente, a profissão de jornalista leva um pouco, a cada dia mais, a nossa sensibilidade. Mas acho que nós, os profissionais ou aspirantes, devemos buscar sempre não perder isso.


Admito, já estava perdendo, aos poucos. Até que me deparei com um crime bárbaro, envolvendo uma criança e ainda uma deficiente. Fiquei chocada e com muita raiva.


Que bom! pensei. Ainda há esperanças para mim e, para o nosso país? Até quando vamos assistir sentados da TV os crimes e as inúmeras falcatruas da nossa política? Até quando vamos ver tudo isso e não vamos nos chocar?


Só peço uma coisa, um país mais sensível. Pessoas mais sensíveis aos problemas alheios. No final das contas é tudo problema nosso. Paz sem voz, não é paz, é medo, já dizia música.