domingo, 7 de fevereiro de 2010

Na poltrona no dia de domingo


Diariamente, os veículos de comunicação nos enchem de tragédias, violência, corrupção e tantos outros fatos ruins. Não condeno isso, acho que os acontecimentos devem ser mostrados sim. Para nos fazer refletir, mudar e aprender de alguma forma. Mas acredito que essa exposição acaba transformando várias coisas em normalidade e, nesse ponto que as coisas ainda precisam mudar.


Não tem muito tempo comecei a conviver com crimes, tragédias, violência e acidentes. Todos os dias escrevo sobre isso, mais do que isso, pesquiso sobre isso. Procuro isso, é o meu material de trabalho.


Aos poucos, você percebe que vai perdendo a sensibilidade. Um furto ou acidente sem vítimas graves não interessa para os jornais. Isso não entra, é considerado muito comum. E por acaso nós deveríamos achar isso comum?


Infelizmente, a profissão de jornalista leva um pouco, a cada dia mais, a nossa sensibilidade. Mas acho que nós, os profissionais ou aspirantes, devemos buscar sempre não perder isso.


Admito, já estava perdendo, aos poucos. Até que me deparei com um crime bárbaro, envolvendo uma criança e ainda uma deficiente. Fiquei chocada e com muita raiva.


Que bom! pensei. Ainda há esperanças para mim e, para o nosso país? Até quando vamos assistir sentados da TV os crimes e as inúmeras falcatruas da nossa política? Até quando vamos ver tudo isso e não vamos nos chocar?


Só peço uma coisa, um país mais sensível. Pessoas mais sensíveis aos problemas alheios. No final das contas é tudo problema nosso. Paz sem voz, não é paz, é medo, já dizia música.



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