Publicado em 20 de maio de 2010 no Correio Braziliense Online
Rogério Ulysses apresenta denúncia de irregularidade contra presidente do PSB-DF
O distrital aponta que Marcos Dantas utiliza apartamento funcional indevidamente
Rogério Ulysses (sem partido) apresentou à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) uma denúncia contra Marcos Dantas, presidente regional do PSB, antigo partido do distrital. O deputado questionou, durante a sessão plenária de quarta-feira (19/05), a utilização de um imóvel funcional localizado na 104 Norte, de propriedade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), onde mora Dantas. De acordo com o distrital, o presidente do PSB-DF utiliza o apartamento de forma indevida, já que não é mais servidor público do Ministério da Educação, órgão resposnável pelo FNDE. Atualmente, Marcos Dantas trabalha no gabinete do senador Renato Casagrande (PSB-ES).
Ulysses iniciou um levantamento após receber as denúncias de irregularidade e, ainda, de que Marcos Dantas supostamente teria uma residência na cidade. De acordo com o presidente do PSB-DF, esse imóvel não existe. "Essa outra história é mentira. Só pode ter apartamento funcional quem não possui outro imóvel", explica. Ele também ressaltou que está apoiado por uma decisão judicial. "O juiz, ao decidir, entende que como sou servidor federal de carreira, continuo ocupando um cargo similar no Legislativo", diz ele.
Segundo as informações levantadas pelo deputado distrital, em 2007 a permissão de uso foi revogada no Diário Oficial da União. Porém, logo em seguida, o advogado de Dantas, atual vice-presidente do diretório regional do partido, Moises Marques, apresentou um recurso.
Ulysses afirmou que, mesmo com a decisão judicial, Dantas comete uma irregularidade. "Quem está pagando é o erário público, que poderia estar financiando a moradia de alguém. Por que ele tem esse privilégio?". O parlamentar ainda ironiza. "Vale muito a pena ser presidente de partido, ora. No caso dele, significa ter um emprego com bom salário, só falta ter motorista, carro e passagens pagas".
Motivação
"Desespero de causa", foi a definição dada pelo presidente do PSB para as denúncias contra ele. Segundo Dantas, o distrital foi motivado pelo julgamento do recurso que decidirá sua expulsão definitiva do PSB pelo diretório nacional do partido, marcado para amanhã (21/5). Dantas acredita que o diretório deve manter a decisão, unânime, do Conselho de Ética instaurado por membros do PSB-DF para investigar as denúncias contra Ulysses, em dezembro de 2009. Na época, o conselho decidiu expulsar o integrante do partido.
Rogério Ulysses rebateu e afirmou que a exposição da denúncia nada tem a ver com seu julgamento amanhã. "Só queria entender por que ele pode receber, com o dinheiro do povo brasileiro, um imóvel?", indaga. O distrital destacou, ainda, que a exposição dessa denúncias demonstra que as pessoas que o julgaram não tem ética e nem moralidade suficiente para isso. "Muitos têm comprometimento neste ponto de vista", explica.
Expulsão
Para Ulysses, a sua expulsão não é motivada apenas pela menção de seu nome nas investigações da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal. "Acredito que, para me tirar do jogo político, estão agindo dessa maneira", afirma. Ele acredita em um entendimento para que o ex-secretário de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, Joe Valle, dispute sua vaga nas eleições de 2010.
O deputado disse, ainda, que outros casos já foram julgados e tiveram resultados diferentes. "O senador Renato Casagrande teve seu nome mencionado em um desvio de verba e o partido decidiu que só aceitaria a denúncia depois de analisado pela Justiça. O distrital Rodrigo Rollemberg, que teve seu nome citado no caso sanguessugas, foi preservado. Até hoje eu só tive meu nome mencionado na Caixa de Pandora. Não existe filmagem, gravação ou qualquer prova que materialize meu envolvimento", explica.
Julgamento
Em relação ao julgamento do recurso contra a sua expulsão do PSB, Ulysses afirmou esperar que a justiça seja feita. "Nada foi encontrado contra mim. Abri meu sigilo bancário, fiscal e telefônico. Prestei depoimento e respondi todas as perguntas. Acho sem fundamento a expulsão", explica.
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