terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Glee é o novo High School Musical

O enredo é velho, mas a forma de trazer o musical a TV é a nova


A série americana “Glee” adotou um modelo que fez sucesso entre o público teen, o musical. Depois dos filmes “High School Musical” e “Hairspray” agora foi a vez de uma série (vamos excluir as séries meio musicadas do Disney Chanel ou da Nickelodeon) aderir a moda.

“Glee” começou a ser exibida neste ano nos Estados Unidos e também no Brasil e já conquistou grandes fãs. Devo admitir que também me rendi ao fenômeno “Glee”.

A série tem muitos problemas ainda, não sei se são propositais ou não. A atuação dos atores e até o roteiro, às vezes, soam como forçados e parece que você está assistindo alguma paródia como “Não é mais um besteirol americano”.

Mas o que chama atenção do público e também fez eu me tornar fã da série são os musicais. O diferencial de “Glee” não está em uma história nova e interessante, porque não é isso e acho que nem é essa a ideia que eles tentam passar, mas na música.

“Glee” também se diferencia do que se conhece de musicais. Canções pop, de sucesso e de conhecimento dos espectadores aparecem o tempo todo. E em versões ótimas. Os atores musicalmente são super talentosos.

História

A história começa depois que o professor do coral é despedido e então Willian Schuester (antigo componente do grupo Glee na adolescência) resolve assumir as aulas. O grande objetivo do professor é conseguir chegar ao campeonato, mas não tem elenco para isso.

Depois das audições alguns alunos começam a integrar o grupo. Ainda assim há poucos. Em um dia inesperado, Sr. Schu se depara com o capitão do time de futebol americano da escola, Finn Hudson, soltando a voz debaixo do chuveiro. Então o professor arma um jeito de trazer Finn ao coral.

O romance da série fica por conta de triângulos amorosos, que em algumas horas viram quadrados amorosos. Finn, a líder de torcida e do grupo de celibato, Quinn Fabray, a ambiciosa Rachel Berry e Puck formam o dos adolescentes. Enquanto, Sr. Schu, sua mulher Terri, a professora Emma Pillsbury e o treinador do time de futebol americano integram o outro.

Vale a pena conferir

“Single Ladies” (Episódio 1x04)


Mash-up “It’s my life/Confessions” (Episódio 1x06)


“Hate on me” (Episódio 1x07)


sábado, 19 de dezembro de 2009

Síntese de Daniela Mercury

A cantora une conceitos antropológicos em seu show "Canibália"




Neste sábado (19), Brasília recebe a cantora Daniela Mercury no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, a partir das 21h, pelo projeto Recantos do Brasil ao lado da banda Olodum e do grupo de percussão Didá.

O projeto que já homenageou diferentes estados brasileiros, agora promete emocionar os brasilienses com a cultura da Bahia. Recantos do Brasil promove um grande intercâmbio, por meio da divulgação da diversidade cultural e geográfica, da culinária e dos hábitos e costumes do povo brasileiro.

Na etapa bahiana, ninguém melhor para representar o estado do que Daniela Mercury. A artista tem 19 anos de carreira e mais de 10 milhões de discos vendidos, além de ser uma das maiores representantes da música brasileira e do axé. Quanto questionada sobre ser a grande representante do axé, que completa 25 anos, Daniela apenas diz "apesar do meu santo ser Oxalá, eu não sou o axé". A cantora foi grande responsável por abrir as portas da vertente.

Sobre o campo do axé, diz que hoje há um aperfeiçoamento da geração e afirma que sempre há poucos grandes artistas, mas que é importante que o cenário esteja tomado. "O axé é muito derivado da questão festiva".

Daniela vai apresentar pela primeira vez em Brasília o show do seu 13º disco solo, "Canibália". O show é uma mistura de ritmos e referências, indo do samba reggae ao rock e de Carmen Miranda ao rei do pop, Michael Jackson.



"Canibália" além de um show e um CD, é um projeto que compõe álbuns, DVD, dois documentários, uma exposição de artes com uma instalação de musical e outras surpresas. É uma celebração da mestiçagem e um convite a livre fruição da arte. Para Daniela, é uma homenagem aos criadores e criaturas.

No palco, a dança divide a cena com a música, num espetáculo poético e profundo, diferente do que o público do axé está acostumado a ver. Mas Daniela Mercury não desanima, "estou seguindo o caminho da felicidade. Deixo as pessoas livres para gostar da minha música e comprar meus álbuns".

A música de trabalho "Oyá por nós" é uma homenagem a deusa dos ventos, Iansã, e uma parceria com a cantora Margareth Menezes. Daniela afirma que resolveu fazer a canção porque Iansã é uma de suas protetoras e utilizou uma cantiga já existente "oyá tê tê". Sobre a parceria de Margareth na composição explica que quando estava escrevendo a letra a cantora disse que também tinha Iansã como protetora e então as duas se uniram.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Matéria do "The New York Times"

No post anterior citei a matéria do "The New York Times", então segue abaixo:

The New York Times

MODA

A moda é transgredir as divisões de gêneros

Por Ruth La Ferla

“Ouvi dizer que, na Austrália, os homens estão usando meia-calça”, disse Chuong Pham. Ele admitiu que meias-calças para homens podem ser um pouco radicais. Mas Pham, 28, engenheiro que vive em Manhattan, não pensou duas vezes antes de vestir jeans justos com uma camiseta emprestada de sua mãe e recortada para ficar mais sexy.

Ele explicou: “Está acontecendo uma transição, de homens usando roupas de mulheres. Antigamente, quem fazia isso eram apenas as pessoas mais de vanguarda. Hoje isso já é muito mais comum”.

É tão comum que Pham e sua turma –em sua maioria americanos urbanos na casa dos 20 anos– estão revendo os conceitos padronizados sobre a vestimenta própria para cada gênero, modificando códigos, pondo convenções de cabeça para baixo e violando antigas normas.

“Minha geração é menos convencional que a anterior”, disse o cabeleireiro Brandon Dailey, 26, de Manhattan. “Nossas cabeças estão mais abertas a coisas diferentes. Às vezes isso significa misturar as roupas que vestimos.” Dailey admitiu que talvez nunca venha a usar uma saia, mas que não vê mal algum em trabalhar “de camisa longa drapejada, com calça realmente justa”.

Audrey Reynolds, 25, uma conhecida dele, também anda brincando de confundir os gêneros. Trajando jaqueta de motociclista e coturnos surrados, ela insistiu: “Todas as linhas deveriam ser unissex. Uma roupa boa é uma roupa boa, não importa para quem tenha sido feita originalmente.”

Esse tipo de ambiguidade cuidadosamente calibrada pode ter sido, no passado, expressão de um espírito renegado. Hoje, porém, parece pouco mais subversivo que trajar preto, o mais recente gesto contracultural a ter conquistado o grande público. O look é andrógino, sim –mas com uma diferença.

Nos anos 1970, provavelmente a última época em que a mistura de gêneros nas roupas esteve tão presente na cultural quanto hoje, a novidade surgiu em parte do tipo de pensamento feminista que sugeria que meninas deveriam brincar com Lego, e meninos, com bonecas. “O que temos hoje é algo novo”, comentou a psicóloga Diane Ehrensaft, que escreve sobre gêneros. Esse algo não diz respeito necessariamente à ideologia ou à orientação sexual de cada um, ou, como ela ressalta, “à identidade fundamental de cada um, masculina ou feminina”.

Aquilo que Ehrensaft batizou de “fluidez de gênero” ainda é, para ela, uma forma de rebelião que sugere que “os jovens já não aceitam ser limitados pelas normas segundo as quais rapazes vestem isso e garotas aquilo. Existe uma cultura de pares na qual esse tipo de confusão entre genros não é só aceitável, como bacana”.

As mulheres vêm incorporando calças, jaquetas de motociclista e botas de combate em seus guarda-roupas desde que Amelia Earhart trocou seu colar de pérolas por um traje de aviadora. Cada vez mais, porém, são homens que não se constrangem em buscar peças novas nos guarda-roupas de suas mães, alguns deles em nome da moda, outros à procura de algo que caia bem. Alguns deles podem estar pautando este estilo pela imagem de Pete Wentz, o músico americano que demonstra no YouTube como passar delineador nos olhos, ou por Adam Lambert, o segundo colocado no programa “American Idol”, que converteu olhos pintados de negro e esmalte de unhas azul-negro em sua marca registrada da fashion. Outros se espelham em Johnny Depp –caso de estudante Dyllan White, que se inspirou no ator ao adotar um corte de cabelo unissex e “universal”.

Para Sharon Graubard, executiva sênior da Stylesight, firma de Nova York que traça previsões de tendências, o pensamento de White aponta para uma mudança grande e fundamental. “Vejo nas ruas casais jovens em que o homem e a mulher se vestem quase iguais, usando cabelos alisados, casacos pesados de marinheiro e camisetas longas que quase parecem vestidos”, disse. Essa fusão voluntária de vestimentas masculinas e femininas representa, para ela, “um nivelamento entre os gêneros”.

Algumas empresas de moda vêm reagindo rapidamente à nova ambiguidade. Anúncios da Burberry mostram uma sucessão de homens e mulheres magros e pálidos trajando o que parecem ser casacos que serviriam tanto para um quanto para o outro. Estilistas como Rick Owens e Alexander Wang vêm chamando atenção com camisetas drapejadas e, no caso de Owens, vestidos e sapatos de salto para homens.

“Hoje, os estilistas de mais sucesso são os que tentam lançar uma ponte entre os sexos, em vez de diferenciá-los mais claramente”, disse Karlo Steel, sócio de Atelier, loja de moda masculina em Manhattan que também atrai clientela feminina. “O pêndulo da moda parece ir nessa direção.”




Moda Unissex

Do guarda-roupa de um para o de outro


Ontem estava lendo uma matéria do “The New York Times” sobre moda. O assunto era a transgressão de gêneros na hora de se vestir. Achei o tema super interessante. Principalmente, porque tinha acabado de ver um episódio de “Friends” da 10ª temporada, em que o personagem Ross com a ajuda de Rachel compra uma camiseta rosa feminina para um encontro e na hora percebe que está com a mesma roupa da sua parceria. E também porque lembrei que há um tempo atrás acompanhei um amigo meu em busca de calças saruel. Ele resolveu provar modelos femininos e para minha surpresa, as vendedoras disseram que não era a primeira vez que isso acontecia.



A matéria comenta a tendência dos homens em adotar um look mais feminino com calças e camisetas justas. A tendência pode ser confirmada pelos famosos. As bandas emo costumam adotar o estilo, mas os grandes disseminadores da tendência são os “Jonas Brothers” com suas skinnys apertadíssimas.



Outra tendência que os marmanjos roubaram do guarda-roupa feminino são os shorts curtíssimos. No Capital Fashion Week deste ano e em diversos outros desfiles as pernas de fora estamparam as passarelas.

Quanto às mulheres, pelo menos no Brasil, discordo que estejam adotando um look masculino pesado. Coturnos surrados e jaquetas de motociclistas não são tendências femininas por aqui. Mas, a moda agora é adotar roupas com estilo apelidado de “boyfriend”, aquelas que parecem ter sido tiradas do guarda-roupa do namorado.



A tendência começou lá fora, com Katie Holmes e Victória Beckham com as calças jeans “boyfriend”. Mas, aderir roupas masculinas não é novidade. Mademoiselle Coco Chanel e Yves Sant Laurent (YSL) apostaram nisso há bastante tempo. A própria Chanel começou a usar calças masculinas para ter mais mobilidade ao andar a cavalo bem antes de montar sua primeira loja. Já YSL trouxe o terno masculino para o guarda-roupa das mulheres e transformou os looks em unissex.